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Olho para os pingos de chuva, que caem na varanda do apartamento: eles se encontram com a poeira cinzenta e percorrem alguns centímetros, até formarem uma pequena poça de água cinzenta; aos poucos se acumulam e tomam conta do restante do chão.
O cinza do céu torna-se negro, enquanto os demais pingos deslizam pelos vidros da janela – como sabonete, ou como passos distraídos sobre o limo. Tudo vai secando com ou sem vapor, com vento ou com o calor.
Cada suave perfume de natureza, mesclado com aroma de poeira, vai aos poucos infiltrando em narinas que nada sentem: pois tudo está banalizado, nada mais se torna um belo motivo para sorrir. Banalizamos e banalizaremos muitos anos de felicidades aleatórias, que nos envolvem e envolverão. Somos leves demais para suportar o peso morto em nossa mente e pesados demais para uma vida realmente tão leve.
Um banho de chuva pode ser considerado um passo para desengavetar a felicidade?